A produção de grãos em Santa Catarina deve se manter próximo a 7 milhões de toneladas na safra 2023/24, volume estável se comparado com o ciclo anterior. O resultado deve ser obtido mesmo com uma queda da produtividade nas lavouras catarinenses de 4,5%, uma vez que esta perda é compensada pelo aumento de 3,4% na área cultivada no estado, saindo de 1,38 milhão de hectares para 1,43 milhão de hectares.  Os dados estão no 7º Levantamento de Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Durante o mês de março, as chuvas foram mais regulares e as temperaturas registradas ficaram acima da média, o que favoreceu as lavouras de soja, milho e arroz. “Foi verificado avanço tanto na maturação das culturas que ainda estão em desenvolvimento como nas operações de colheita. Vale lembrar que houve atraso na implantação dessas culturas dentro da janela ideal, efeito direto da atuação do fenômeno El Niño. Além do plantio postergado, foi necessário o replantio onde as precipitações foram mais severas e comprometeram o estabelecimento do stand de plantas”, destaca o superintendente da Conab em Santa Catarina, Marcos Yoshio Saito.

De acordo com as análises dos técnicos da Companhia, as áreas semeadas mais cedo tiveram um desempenho aquém do potencial produtivo das culturas. A diminuição de incidência de luz solar causada pelo maior período de dias nublados influenciou de maneira negativa a fase de enchimento de grãos, além de prolongar o ciclo da cultura. “Sem as condições ideais de clima para cada fase de desenvolvimento das lavouras, houve também aumento de notificação de ataques de pragas, principalmente a cigarrinha nas lavouras de milho, e também de doenças, como casos de ferrugem asiática”, pondera o superintendente. Já as culturas semeadas mais tarde (a partir da metade de novembro), apresentaram um melhor desempenho a campo e há expectativa de produtividade dentro da média em comparação com safras anteriores.

Diante desse cenário, a produção de soja para o estado está estimada em 2,9 milhões de toneladas, um leve aumento de 0,9% se comparado ao obtido na safra 2022/2023, resultado de uma área semeada em 790 mil hectares e uma produtividade média de 3.670 quilos por hectare. Já para o milho a produção deve chegar a 2,37 milhões de toneladas. Para o cereal a Conab verifica queda tanto na área plantada como para a produtividade. No caso do arroz, também se espera um menor volume colhido, estimado em 1,13 milhão de toneladas, devido principalmente a um pior desempenho das lavouras.

Por sua vez, o feijão apresenta comportamentos diferentes entre os ciclos cultivados pelos agricultores catarinenses. Enquanto as estimativas para a primeira safra da leguminosa são de uma queda de 27,3% na produção, projetada para cerca de 45 mil toneladas, a segunda safra do produto tende a registrar um aumento no volume a ser colhido em torno de 37,8%, estimada em 60,2 mil toneladas. “Houve aumento significativo de área semeada. As razões principais são o menor ciclo da cultura, e também como alternativa do produtor em se capitalizar após o resultado abaixo do esperado nas culturas antecessoras, haja vista a valorização do grão no mercado nos últimos meses”, pondera Saito.

Mais informações sobre o cultivo de grãos em Santa Catarina e nos demais estados podem ser obtidas no 7º Levantamento da Safra de Grãos publicado no site da Conab.