Para lidar com os impactos das mudanças climáticas, agricultores catarinenses devem aplicar estratégias nutricionais e fisiológicas nas lavouras visando atender as demandas da soja, nas respectivas fases de desenvolvimento

Produtores do Sul do Brasil estão tentando lidar com os efeitos do El Niño e das mudanças climáticas no campo. Em Santa Catarina, o início da safra foi marcado pelo excesso de chuvas. Com isso, o Estado hoje possui soja em diferentes estádios fenológicos: vegetativo, reprodutivo e enchimento de grãos.
 

Nesse cenário, o produtor catarinense pode se ver diante de alguns dilemas na hora de manejar sua lavoura. O agrônomo Hermano Furtado, coordenador técnico na Nitro, multinacional brasileira produtora de insumos especiais para o agronegócio, explica que o manejo preventivo e integrado é fortemente recomendado para todas as culturas. "É sempre mais viável e indicado prevenir do que salvar as plantas de um estresse. Isso é primordial no planejamento de qualquer agricultor", diz o especialista.
 

Para o sojicultor com a lavoura em fase inicial de desenvolvimento, que se caracteriza pela formação de parte aérea e engalhamento, o agrônomo recomenda o manejo direcionado para fornecer um desenvolvimento fisiológico e uma nutrição equilibrada. "Na fase de V4 podemos estimular a planta a fazer mais raízes e engalhar mais por meio da aplicação de bioestimulantes, sempre trabalhando a proteção da lavoura com fungicidas + multisítios. Vale salientar que uma planta pode se recuperar mais facilmente diante do estresse climático e minimizar possíveis perdas estando bem equilibrada fisiologicamente", afirma.
 

Já para o grupo de agricultores que tem lavouras de soja em estágio um pouco mais avançado, já em fase reprodutiva, Hermano chama a atenção para a necessidade de se manter o equilíbrio nutricional, especialmente no momento de florescimento e formação de vagens. "Nessa etapa, a planta precisa de aporte de energia para ajudar na transferência de nutrientes dos ramos e das folhas para as flores que darão origem à vagem e, posteriormente, aos grãos. Assim, o uso de bioestimulantes combinados com aminoácidos específicos são recomendáveis para promover osmorregulação, evitar o abortamento de flores e canivetes, além de garantir folhas mais verdes e por mais tempo, fazendo com que o processo de fotossíntese ocorra por um período maior de ciclo", diz Hermano.
 

Já no caso da soja em fase de enchimento de grãos, as atenções devem ser manter o controle de doenças e pragas, mas sem deixar de lado o estímulo nutricional para o enchimento dos grãos. "O produtor pode recorrer a complexos de bioestimulantes, mais macro e micronutrientes, visando garantir o enchimento dos grãos", afirma.
 

Hermano pondera, ainda, que mesmo diante de uma lavoura já impactada, seja por estresses bióticos ou abióticos, é possível promover a restauração e minimizar as perdas. "Uma planta atingida por efeitos do clima ou por outros fatores de estresses, vai ter perdas de produtividade e, por consequência, na rentabilidade. No entanto, adotando um manejo pós estresse que une nutrição e o fornecimento de aminoácidos específicos, podemos mitigar essas perdas. Contudo, é necessário que o produtor esteja atento e identifique o momento certo de agir, já diante dos primeiros sinais do estresse", diz.
 

De 27 a 29 de fevereiro, Hermano e outros especialistas da Nitro estarão no Show Tecnológico Copercampos, a ser realizado no município de Campos Novos (SC). O evento do trade agro apresenta ao produtor rural produtos e tecnologias para novas dinâmicas de gestão e de trabalho no campo, visando acelerar processos, multiplicar resultados e aprimorar a qualidade da produção agrícola. Durante os três dias do evento, os agricultores da região poderão conversar com os agrônomos da Nitro e ter acesso a soluções de manejo personalizadas para cada momento da safra, considerando que a soja e todas as outras culturas são economicamente relevantes para o Estado.