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Brasil STF suspende revisão do rendimento do FGTS. advogado critica confisco ao trabalhador

STF suspende revisão do rendimento do FGTS. advogado critica confisco ao trabalhador

Ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação, defende que recursos tenham uma rentabilidade, no mínimo, igual à poupança

 

O Supremo Tribunal Federal retomou ontem, quinta-feira (9), o julgamento da revisão dos rendimentos do FGTS. A análise havia sido suspensa em abril, por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, e voltou a ser suspensa por novo pedido, agora do ministro Cristiano Zanin.

 

Hoje, o FGTS tem correção de 3% ao ano mais a Taxa Referencial, que rende perto de zero, e pelo entendimento do relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, a correção não pode ser inferior à remuneração da poupança.

 

Em voto reformado, Barroso indicou que esse ajuste seja feito a partir de 2025. Até o momento, o placar da votação está 3 a 0 pela inconstitucionalidade do uso da Taxa Referencial (TR) para correção das contas do fundo. Nunes Marques e André Mendonça acompanharam o relator antes suspensão.

 

A comparação entre o rendimento do FGTS com qualquer tipo de investimento é sempre desfavorável ao dinheiro do trabalhador de carteira assinada. O rendimento atual da poupança está em 6,17% ao ano (ou 0,5% ao mês) mais o valor da Taxa Referencial. Apenas como referência, a TR acumulada nos últimos 12 meses foi de 1,90%.

 

O impacto da decisão do Supremo pode ser bilionário e atingir o setor da construção civil. Segundo estimativas do Itaú BBA, o aumento poderia limitar em até 30% os recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida, que costuma beneficiar as construtoras de baixa renda.

 

Segundo Washington Barbosa, especialista em Direito Previdenciário e mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas, sempre é bom deixar claro a quem pertence o dinheiro do FGTS.

 

"O saldo é patrimônio do trabalhador e deveria estar totalmente disponível para ele. O condicionamento dos valores a situações específicas representa verdadeiro confisco, além das normas do FGTS promovem uma verdadeira depreciação do patrimônio do trabalhador", critica ele.

 

O advogado também explica a importância do índice a ser utilizado para eventual correção do FGTS.

"Podemos traçar um paralelo com os índices definidos pelo governo, como débitos trabalhistas, usando o IPCA-E (hoje em 5,05% no acumulado de 12 meses) e o ajuizamento da ação, com a Selic (12,25% ao ano), só para ter uma ideia", explica o especialista.

 

A revisão pode afetar 117 milhões de contas ativas e com saldo no FGTS. O problema é que a mudança traz preocupação para o governo devido ao seu impacto nos cofres públicos - algo em torno de R$ 8,6 bilhões em quatro anos, segundo cálculos das próprias autoridades federais.

 

Fonte: Washington Barbosa, especialista em Direito Previdenciário e mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas, diretor da WB Cursos.

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