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Brasil Com média de 2,95 médicos por cada mil habitantes, Sul tem proporção de profissionais desigual nos Estados e municípios

Com média de 2,95 médicos por cada mil habitantes, Sul tem proporção de profissionais desigual nos Estados e municípios

Com 30.402.587 habitantes e 89.734 médicos, o Sul possui uma razão de 2,95 profissionais da área por mil habitantes, ficando atrás do Sudeste (3,39) e do Centro-Oeste (3,10), segundo dados da Demografia Médica no Brasil 2023, cujos resultados foram publicados no último dia 8 de março. Mesmo assim, a distribuição de médicos é desigual nos Estados e municípios da região e, na comparação com outras regiões, evidencia problemas de infraestrutura e de valorização da classe, contribuindo para a falta de acesso de parte da população a serviços básicos de saúde.

 

Apesar de ficar acima, inclusive, da média Brasil, onde a razão de mil habitantes por médicos a nível Brasil é de 2,41 e estar bem à frente de regiões como o Norte, cuja razão é 1,45, no Sul existem diferenças regionais e nos municípios. Nos Estados do Sul, a razão entre profissionais da área por mil habitantes é de 3,05 em Santa Catarina, de 3,04 no Rio Grande do Sul e de 2,80 no Paraná, que tem a menor proporção da região, embora tenha uma população maior que os outros dois Estados.

 

As variações também se aprofundam nos diferentes municípios. Enquanto as capitais do Sul possuem uma razão de 8,93 médicos por mil habitantes, a maior razão entre capitais nas regiões do País, o interior tem 2,33 e as regiões metropolitanas apenas 0,95, menor que a média de Estados como o Pará (1,18), cuja razão é a menor do Brasil.

 

Embora existam essas diferenças entre regiões, Estados e municípios, os dados mostram que houve o aumento no número de médicos no Brasil. Ainda segundo o estudo, realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), em pouco mais de 20 anos, o número de médicos mais que dobrou no País. Em janeiro deste ano, havia 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o que corresponde a uma taxa nacional de 2,6 médicos por mil habitantes. Nessa perspectiva, deverão ser mais de um milhão de médicos em 2035.

 

De acordo com o Dr. Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), o Brasil sofre com uma grande desigualdade na distribuição da população médica. Isso significa que, segundo o especialista, o volume não resolve o problema de saúde do Brasil. Além disso, a proporção de profissionais da área atuando em municípios pequenos e mais distantes dos grandes centros urbanos é ainda menor.

 

"Analisando o cenário, não é difícil constatar que a má distribuição de profissionais não resulta de um suposto desinteresse dos médicos, que até chegam a migrar para essas regiões. O grande problema é que acabam desistindo de atuar nessas cidades, onde notam a ausência de uma infraestrutura mínima: não há hospitais, postos de saúde, unidades especializadas, remédios, transporte. Não há o mínimo para atender com dignidade.", aponta o presidente Anadem.

 

Essas desigualdades relacionadas à demografia médica também se fazem presentes em recortes entre gêneros. O estudo mostra que as mulheres ganham, em média, R$ 13 mil a menos que os homens, ainda que exista a estimativa que elas serão maioria daqui a apenas um ano, com 50,2% do total de profissionais. Em 2035, a expectativa é de que a porcentagem aumente para 56%. "Essa desigualdade na renda entre homens e mulheres também deve ser trazida à baila nas discussões com os órgãos competentes e autoridades. Se as mulheres possuem a mesma formação e obedecem aos mesmos trâmites burocráticos que os homens ao longo de sua trajetória profissional, não há explicação racional para que haja essa diferenciação salarial", esclarece Canal.

 

texto: Newton Silva - newtonsilva@rspress.com.br

Foto de LT Chan: https://www.pexels.com/pt-br/foto/atividade-acao-movimento-avenida-2833373/

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