Região Resgate de cães e gatos abandonados requer cuidados especiais
Docente do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera destaca pontos de atenção ao salvar animais de rua
O número de cães e gatos abandonados por aqueles que deveriam cuidar de seu bem-estar nas ruas do País aumentou com a pandemia de covid-19. Segundo estudo realizado pelo Instituto Pet Brasil, a presença de animais domésticos em situação de vulnerabilidade aumentou de 3,9 milhões em 2018 para 8,8 milhões em 2020. Outro dado de importância vem através de um levantamento realizado pela ONG Ampara Animal, onde foi constatado um aumento em média de 61% no índice de abandono de animais. Os dados expressos acima, só não tem consequências maiores, pela ação de uma porção da população, que tem realizado o processo inverso, a adoção responsável de cães e gatos.
De acordo com o docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, professor Douglas Evandro dos Santos, o senso de responsabilidade deve imperar em todos os momentos relacionados ao ato de adotar um animal, pois é de extrema importância que todos os fatores sejam avaliados, tais como: disponibilidade financeira para os cuidados que será necessário durante toda sua vida, tempo do tutor para cuidado e bem-estar do animal, espaço adequado para que o pet possa expressar seu comportamento natural, dentre outros aspectos a serem levados em conta.
Ao se comprometer com a adoção, empenha-se com o cuidado de uma vida, sendo assim é imprescindível fazer uma visita a um médico veterinário o quanto antes. "A necessidade de primeiros cuidados de saúde, como a vermifugação, as vacinações e o controle de pulgas e carrapatos serão informados por um especialista, sendo que o mesmo irá ainda auxiliar em todos os processos necessários para a adaptação do novo morador e para que todos vivam em perfeita união", explica Douglas.
O profissional irá identificar possíveis problemas para o convívio com outros animais. Caso o tutor já possua outros animais, é importante que o novo pet seja inserido de forma gradual para que não haja conflitos e possíveis lesões decorrentes de brigas. O docente da Anhanguera destaca os 4 principais pontos para realizar um resgate:
Aproximação: Manter uma postura tranquila pode auxiliar na aproximação a um animal abandonado. Embora dóceis, em sua grande maioria, é possível que eles tenham passado por situações de maus-tratos e sejam ariscos com humanos, principalmente no caso dos felinos. É importante ter atenção e cuidado para que seja preservada a integridade física tanto do bichinho quanto do próprio resgatador.
Identificação: É possível que cachorros ou gatos que estão nas ruas tenham tutores e estejam perdidos por alguma razão. É necessário conversar com as pessoas das redondezas, avaliar a aparência (principalmente se estiverem saudáveis) e verificar a presença de coleiras com identificação para evitar transtornos.
Adaptação: Após ter sido avaliado por um médico veterinário, é preciso que haja paciência para que o animal consiga se adaptar ao novo ambiente. Se o bichinho estiver com curativos ou precisar passar por um período de reabilitação, é recomendado deixá-lo em um local isolado de outros animais e seguro, com água e comida. Algumas alterações comportamentais podem surgir e, nessa situação, é necessário o retorno à uma clínica veterinária.
Responsabilidade: O abandono de animais é considerado crime na legislação brasileira, portanto, o resgatador deve avaliar se tem condições para se tornar tutor de um pet e arcar com as responsabilidades desse ato. Caso não seja possível manter os cuidados, é preciso procurar por alguém interessado na adoção. Cabe ainda ressaltar, que qualquer cidadão tem o dever de denunciar situações de maus-tratos e abandono de animais.
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