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Brasil Juros bancários sobem em setembro e atingem 30% ao ano

Juros bancários sobem em setembro e atingem 30% ao ano

Os juros bancários subiram de 29,8% ao ano, em agosto, para 30,6% em setembro, segundo informações do Banco Central.

Reportagem: Artur Filho

 

Ficaram de fora deste aumento os juros habitacional, rural e do BNDES de pessoas físicas e empresas. Esta cobrança de juros é a maior desde abril do ano passado, que foi de 31,3%. O Banco Central explicou que a alta dos juros bancários é reflexo do aumento da Taxa Selic, que passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 6,25% até este momento. A taxa Selic é usada, por exemplo, quando o consumidor faz algum financiamento. Esta elevação da taxa Selic é uma tentativa de conter a inflação. O mercado prevê que a taxa básica de juros chegue a 8,75% até o mês de dezembro, e em 2022 chegue a 9,5%.

O professor de economia, Newton Marques, disse que este aumento dos juros bancários se deve a um conjunto de fatores, como o fechamento de indústrias e comércios em 2020, por conta da Covid-19. “É uma insuficiência de oferta por causa da paralisação da atividade econômica do ano passado. Isto gerou problemas na cadeia produtiva. Se formos observar quem está pressionando a inflação, é o que? A elevação dos preços dos derivados de petróleo, o preço da energia e os alimentos. Então, o será que a elevação da taxa básica de juros e consequentemente a taxa de juros de empréstimos vai fazer para refrear o consumo de alimentos, de combustíveis, derivados de petróleo e mesmo de energia elétrica?”, questiona.

Newton Marques diz que as exportações contribuem com este cenário, uma vez que os produtores brasileiros preferem vender as mercadorias para fora do país, pelo valor do dólar. “O mercado internacional também tem comprado muito produto aqui dentro. Então, o exportador prefere vender lá fora do que vender aqui dentro. Será que a elevação da taxa básica de juros também vai trazer algum tipo de alento para a venda desses produtos? E temos também um outro elemento. Esse sim o Banco Central pode, elevando a taxa de juros, ajudar a não deixar a taxa de câmbio elevar muito. É a única razão, além do papel do Banco Central no sistema de meta de inflação”, explica.

O pesquisador associado do FGV IBRE, Lívio Ribeiro, disse que a falta de produtos no mercado mundial contribui para esta elevação dos juros aqui no Brasil. “Você tem uma mudança nos vetores de demanda e oferta em relação ao que foi observado no imediato no pós-Covid. Ali a gente teve uma queda muito rápida de demanda e oferta no mundo. Essa queda foi pontual e hoje enfrentamos em escala global de escassez. Escassez essa de insumos, de componentes para produção de bens, de produção de energia, de commodities”.

Para Lívio Ribeiro, esta situação pode demorar um pouco mais de tempo para ser resolvida. Segundo o economista, isto não se resolve de imediato. “Quando nós temos um choque de oferta temporário, não é necessário que você tenha uma atuação da política monetária. Porque? Se o choque é percebido como temporário, ele não afeta a formação de expectativas. Você não tem efeitos secundários, como a gente chama. Portanto, você não precisa que a política monetária reaja a uma elevação de preço, que olhando um pouco pra frente, irá voltar.

A probabilidade que o efeito que você tem hoje na inflação, que não é estrutural, acabe se perpetuando muito tempo, mais do que o necessário e o recomendável”, sinaliza. O Banco Central estima que para este ano a expansão do crédito bancário seja de 12,6%. No ano passado, com o aumento de pedidos de empréstimos bancários, teve uma alta de 15.5% por conta do combate aos efeitos da pandemia.

Por Luis Ricardo Machado

Rede de Notícias Regional /Brasíli

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay 

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