Com a união do Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), a criação de um novo partido coloca mais combustível na corrida eleitoral para 2022.

Ouça Reportagem: Henrique Carmo

As duas siglas anunciaram a fusão, criando o Partido União Brasil. Ambos os partidos reúnem nomes importantes da política nacional com protagonismo nos últimos anos. O próprio PSL foi a sigla escolhida pelo então presidente Jair Bolsonaro para chegar ao poder. Após eleito, o presidente rompeu com o partido e até o momento não se filiou a outra sigla. Enquanto o atual presidente não se decide, os demais políticos do país vão se articulando para criar a chamada terceira via.

O DEM comporta diversas personalidades do jogo político, como o atual presidente do senado, Rodrigo Pacheco, o ex, Davi Alcolumbre, além dos governadores de Mato Grosso e de Goiás. Já como ex-partido do presidente, o PSL, tem em sua sigla diversos ministros de estado, além dos atuais governadores de Rondônia e Tocantins.

O presidente do Democratas, ACM Neto, disse não está preocupado ainda em formar um nome para disputar a presidência do país e que o momento agora é para que os componentes das duas siglas se decidam. “O partido deverá ser oficializado antes da janela de março, e neste exato momento abre-se uma porta de saída para quem não estiver satisfeito com a fusão. A janela de entrada vai se abrir em março. Então, qual é a nossa preocupação? É o desenho para 2022. O que retrata 2018 faz parte da história e do passado do Democratas e do PSL. Portanto, não adianta nos medir com a régua de 2018. Este é o retrato do passado, quando o PSL disputou a eleição sozinho e o Democratas disputou a eleição sozinho.

A partir de hoje nós somos União Brasil”, ressalta. Já o presidente do PSL, Luciano Bivar, destacou que o Partido União Brasil vai lutar pelo protagonismo das próximas eleições. “Certamente nós queremos o protagonismo de uma candidatura viável para a presidência da República. Isto nós já conversamos anteriormente e está na pauta. No momento oportuno, não hoje, mas em breve, depois de estarmos juntos, independente da chancela, já vamos começar a discutir um nome em comum. O DEM é portador de grandes quadros e o PSL também. Então, em cima disso é que nós vamos definir que candidato teremos para a sucessão desse governo”.

Para Leonardo Barreto, doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília e especialista em Comportamento Eleitoral, a chegada do novo partido se deve às possibilidades criadas pela Reforma Eleitoral de 2017. Leonardo explica qual será a amplitude no jogo político do União Brasil. “Eu acho que existia, especialmente do PSL, uma perspectiva de que não seria possível repetir o desempenho de 2018. Ao unir forças com o Democratas, se criou uma estrutura partidária grande que deve dominar inclusive o espectro da direita, o universo partidário, com muitos candidatos a governador, a possibilidade de uma candidatura competitiva para a presidência da República em função dos recursos que controla, e a possibilidade de fazer uma bancada para deputado federal muito forte”, analisa.

O União Brasil ainda precisa ser aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O registro de candidaturas começa a partir do dia em que o partido realiza a convenção partidária, que deve ocorrer no período de 20 de julho a 5 de agosto de 2022.