(49) 3537.0980
Telefone
(49) 99104.0013
WhatsApp
Acompanhe
nas redes sociais

Oeste Catarinense Novo acordo impulsiona produção de biogás em Santa Catarina

Novo acordo impulsiona produção de biogás em Santa Catarina

Acordo de cooperação para a produção de biogás a partir dos resíduos orgânicos da agroindústria catarinense é lançado por Aurora, Copérdia, Sebrae e Projeto GEF Biogás Brasil, que é liderado pelo MCTI, implementado pela UNIDO e conta com o CIBiogás como principal entidade executora

LANÇAMENTO - Acordo entre Aurora, Copérdia, Sebrae e Projeto GEF Biogás Brasil

 

Transformar resíduos orgânicos suínos em energia e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente são os objetivos do acordo de cooperação técnica anunciado no final de setembro pelo Projeto GEF Biogás Brasil, Cooperativa Central Aurora Alimentos,  Cooperativa de Produção e Consumo de Concórdia (Copérdia) e Sebrae.

O Projeto GEF Biogás é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), e conta com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) como a principal entidade executora.

A apresentação do projeto e das ações previstas para o desenvolvimento do mercado de biogás e de seus subprodutos em Santa Catarina ocorreu durante reunião virtual. A nova parceria, com vigência de 48 meses, permite identificar modelos de negócio inovadores e viáveis para o biogás em SC. A intenção é compor um modelo de negócios rentável e sustentável para a implantação, operação e manutenção de dois projetos-pilotos de geração de energia a partir do biogás nas cadeias produtivas e nas unidades agroindustriais catarinenses.

PLANO DE TRABALHO

O primeiro passo do novo acordo é realizar uma abordagem territorial para criar um ambiente favorável para novos investimentos e, em seguida organizar a cadeia de valor do biogás por meio de modelos de negócios eficientes e seguros. O plano de trabalho prevê o levantamento de dados das propriedades agroindustriais a serem inseridas nos projetos-pilotos. Em seguida, é feito um diagnóstico com as possíveis remunerações para os subprodutos resultantes do tratamento dos resíduos orgânicos gerados pelas propriedades.

O primeiro empreendimento escolhido para análise foi o Frigorífico Aurora Chapecó II (FACH II), que abate 2,6 mil suínos/dia e tem produção mensal de 10,6 mil toneladas de alimentos industrializados. Após a inserção bem-sucedida do tratamento de resíduos orgânicos do abatedouro no processo produtivo do frigorífico, o novo modelo de negócio estabelecido – voltado para a produção de biogás – será replicado nos cooperados e nas demais cooperativas singulares que compõem o Sistema Aurora, bem como nas outras unidades industriais da Aurora.

Em paralelo, o acordo também resultará na implantação e manutenção de uma planta de produção de biogás a partir dos resíduos suínos das propriedades rurais associadas à Copérdia e administradas pela cooperativa. O objetivo é desenvolver, até abril de 2022, uma planta que centralizará os resíduos provenientes de oito propriedades ligadas à cooperativa

SOBRE O ACORDO E O PROJETO GEF BIOGÁS BRASIL

Durante a reunião de lançamento do novo acordo de cooperação técnica, o diretor do Departamento de Tecnologias Aplicadas do MCTI, Eduardo Soriano Lousada, destacou que o Projeto GEF Biogás Brasil nasceu pequeno, porque a ideia era começar como um núcleo de mobilização setorial e agregar parceiros. Segundo o diretor, as parcerias impulsionam o biogás na cadeia produtiva por meio de uma ação conjunta que oferece suporte técnico, científico, de desenvolvimento de modelos de negócios inovadores, e outras frentes de apoio ao setor privado. "É um projeto completo que se integra muito bem com os objetivos do MCTI".

Eduardo Soriano também ressaltou a importância do novo acordo de cooperação e seus resultados na área ambiental. "Valorizamos muito esses arranjos empresariais. Sempre admirei a Aurora como um ícone do cooperativismo. O novo acordo resultará na redução das emissões de gases de efeito estufa e na diminuição da dependência nacional em relação a combustíveis fósseis. Os resíduos que eram um problema ambiental, passam a ser matéria-prima para a produção do biogás".

O representante da UNIDO para o Brasil e a Venezuela, Alessandro Amadio, ressaltou a importância das entidades com o acordo. "Para nós, é uma honra trabalhar com o MCTI, com o Sebrae e com empresas líderes como Aurora e Copérdia. Esse projeto é uma ferramenta a mais para melhorar a competitividade da Aurora, cooperados e todo o território".

Para o gerente adjunto na Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, Carlos Eduardo Santiago, o acordo entusiasma porque o tema impacta no desenvolvimento territorial ao mesmo tempo em que aproveita a pujança do setor, trazendo tecnologias que podem impulsionar novas oportunidades. "Estamos articulando estratégias amplas de orientação aos pequenos negócios sobre a elevação do custo da energia. Por isso, avaliamos com alegria essa oportunidade de vivenciar uma ação prática. A ideia é que o projeto se expanda para outras regiões, o que nos dá esperança em gerar mais bem-estar aos produtores e à sociedade", ressaltou.

O diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, salientou a felicidade em participar da parceria com duas grandes entidades que contribuem com o desenvolvimento do grande oeste catarinense. "O Sebrae tem um papel importante em auxiliar no desenvolvimento econômico do território e de melhorar o ambiente de negócios para que os pequenos empreendedores possam empreender, gerar riqueza, empregos e impostos. Ou seja, para que consigam viabilizar melhores condições de vida", explicou o diretor técnico ao comentar que essa iniciativa está alinhada com os propósitos do Sebrae.

ALTA PRODUTIVIDADE

Luc Pinheiro enalteceu a relevância dos mais de 180 mil empreendedores rurais catarinenses, em sua maioria de pequeno porte, mas altíssima produtividade. "Conhecemos a condição da região oeste, que possui um desafio com a elevada produção de dejetos ao mesmo tempo em que tem uma oportunidade ao necessitar de energia, fundamental para a ampliação da produção e da competitividade", comentou.

O vice-presidente da Aurora Alimentos, Marcos Antonio Zordan, enfatizou a preocupação com o meio ambiente, os produtores e as agroindústrias. "O Sistema Aurora sempre se preocupou com as questões ambientais. Precisamos ter o cuidado de não errar nos projetos-pilotos, e isso significa demonstrar que são viáveis".

Zordan reforçou que hoje o produtor conduz a sua propriedade como uma empresa rural. "O produtor se preocupa com o meio ambiente, mas quando um projeto é apresentado, ele quer saber se tem viabilidade. O produtor adere à iniciativa pela confiança que tem na cooperativa filiada, pois aposta no que propomos em um programa diferenciado e isso é muito importante".

O dirigente observou que o produtor rural tem um instinto investidor e sempre vai buscar melhorias. "Se olharmos o que representa a qualidade técnica, temos como exemplo, o leite, que pode concorrer no mundo em termos de qualidade. O nosso leite passou a ser de primeiro mundo, e isso foi possível porque o associado teve confiança para fazer investimentos através da cooperativa filiada", comentou, ao mencionar que esses resultados foram conquistados com a parceria do Sebrae. "Aproveito para agradecer ao Sebrae e demais parceiros nessas conquistas, e destaco que a Aurora continuará sendo parceira de tudo o que venha a trazer resultados aos produtores, às cooperativas filiadas, à Aurora e às questões ambientais".

A gerente do Setor Ambiental e de Qualidade da Copérdia, Samara Romani, assinalou que a cooperativa se sente orgulhosa pela participação no novo acordo, e agradece à Aurora, ao Sebrae, à UNIDO e aos demais parceiros pela oportunidade. "Para nós o projeto já deu certo. Queremos números, parâmetros, queremos com esse estudo saber a viabilidade econômica, técnica e operacional do projeto. Isso estimula a sustentabilidade.  Queremos ter o melhor projeto-piloto de geração de energia por meio do biogás e, para isso, podem contar conosco".

Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, Luciano Buligon, esse lançamento é um momento histórico que envolve importantes parceiros. "Esse acordo, verdadeiramente, vem em sintonia com o plano de transição energética justa proposto pelo governo estadual. Santa Catarina será o primeiro estado da Federação a propor uma lei em sintonia concreta em todo o território catarinense, por entender a necessidade de baixar os índices de emissão de carbono e dialogar com a nossa bem-sucedida cadeia do agronegócio".

Buligon enalteceu que o governo estadual está entusiasmado com o portfólio de avanços do novo acordo. "Para nós, catarinenses, é mais um ato de grandeza do agro, que representa a complementaridade da cadeia produtiva e poderá ser um case para o Brasil", adiantou.

POTENCIALIDADE DO SETOR

O Brasil possui o maior potencial de produção de biogás do mundo, em virtude da grande diversidade de substratos disponíveis e sua vasta extensão territorial. Segundo dados da ABiogás (2018), o Brasil tem um potencial de produção de biogás de 84,6 bilhões Nm³/ano. Deste valor, 37,4 bilhões Nm³/ano provenientes do setor agroindustrial, o que representa 34% do potencial total. Esse potencial equivale a 76 bilhões de litros de diesel.

De acordo com um relatório do Projeto GEF Biogás Brasil publicado no DataSebrae Biogás, intitulado "Panorama e potencial de crescimento da produção de biogás e biometano no sul do Brasil – Unido/CIBiogás", os estados da região sul acumulam potencial de quase 3 bilhões de Nm³/ano de biogás, a partir de substratos da suinocultura, bovinocultura, avicultura, unidades de processamento de mandioca, laticínios, abatedouros e cervejarias. Contudo, a região explora apenas 5,1% do potencial de produção, ou seja, aproximadamente 150,8 milhões de Nm³/ano. Santa Catarina produz anualmente 17,6 milhões de Nm³. 

Imagem de Jan Nijman por Pixabay 

Galeria de Imagens

Veja as mais acessadas

Nosso site salva o seu histórico de uso. Ao continuar navegando você concorda com a nossa Política de Privacidade. Para saber mais, acesse Política de Privacidade.

X
Configuração de Cookies:
Cookies Essenciais (Obrigatório)

Esses cookies permitem funcionalidades essenciais, tais como segurança e suas permissões.

Cookies Funcionais

Esses cookies coletam dados para lembrar escolhas que os usuários fazem e para melhorar sua experiência mais organizada.

Cookies Analíticos

Esses cookies nos ajudam a entender como os visitantes interagem com nosso site.