O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniu com os integrantes do Fórum de Governadores e discutiram a distribuição de vacinas contra a Covid-19, a preservação da democracia, além da pauta econômica, como a reforma do Imposto de Renda, que deve ser votada em breve no Senado.

Reportagem: Artur Filho

Para o governador do Piauí, Wellington Dias, é necessário ter mais agilidade para disponibilizar as vacinas contra a Covid. “Ampliar a capacidade de vacinação, de produção e de autonomia nessa área de vacina no Brasil com a Fiocruz, com o Butantan, União Química, com a Pfizer, com a Janssen, enfim”, ressalta. Wellington Dias disse que os governadores também defenderam a união entre as instituições, e que se busque harmonia e diálogo.

O governador do Piauí acredita que o Senado encontre meios para aperfeiçoar a reforma do Imposto de Renda, beneficiando os comerciantes brasileiros. “Facilita, porque não desequilibra Estados, nem municípios e nem a União. E ainda garante uma política de criar um ambiente para os empreendedores. Isso também é uma pauta que deve ter sintonia e se Deus quiser, a aprovação no Senado Federal”.

O professor e cientista político Rafael Favetti destacou um ponto discutido entre o presidente do Senado com os governadores. Ele classifica como primordial, que é a preservação da democracia. “Muitos governadores reclamam de uma diminuição na velocidade do envio de vacinas pelo Ministério da Saúde. Um outro eixo é a chamada democracia. A nossa joia. Essa preocupação vem do fato do dia 07 de setembro, que está sendo chamado de uma manifestação também de apoio ao presidente, mas de ataque às outras instituições”.

Para o cientista político Murillo Medeiros, ao receber os governadores, Rodrigo Pacheco demonstra que quer selar a paz entre os poderes, evitando possíveis conflitos. “Enquanto o Governo Federal perde energia com a produção de crises institucionais, o parlamento brasileiro, em conjunto com os governadores, sinaliza, através de uma reunião realizada em Brasília, um esforço em direção à pacificação e a união entre todos os poderes da República.

A reunião e o encontro serviram para demonstrar que o parlamento tem um serviço inequívoco. Deve acenar para a verdadeira solução dos problemas que atormentam os brasileiros”. No entendimento do cientista político Leandro Gabiatti, como existe um confronto entre governadores e o presidente da República, Rodrigo Pacheco busca a convergência e o diálogo. “Vem, de certa forma, a ser um contraponto ao conflito proposto pelo presidente Bolsonaro, que tem atacado de diversas formas aos governadores.

Enquanto o presidente Bolsonaro não se propõe, não se coloca à disposição para ter um diálogo institucional entre a presidência da República e os governadores estaduais, o presidente Pacheco se diferencia de Bolsonaro e abre a sua agenda para receber os governadores”. De acordo com o cientista político Valdir Pucci, este encontro serviu para que o presidente do Congresso Nacional encontre uma via para dizer: olha, estou aqui, posso concorrer ao Palácio do Planalto em 2022. “Embora o Rodrigo Pacheco seja senador e presidente do Senado, o conhecimento do restante do país da figura de Pacheco ainda é muito restrita.

Então, ele precisa se posicionar num campo central, porque a visão que se tem que a terceira via representaria um centro entre os dois polos, Lula e Bolsonaro. E ao colocar a defesa da democracia e a preocupação com a crise econômica que se abateu no país, Rodrigo Pacheco tenta justamente se colocar nessa posição como um candidato ou como um possível candidato da terceira via”. Estiveram presentes neste encontro os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o coordenador do Fórum de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; do Espírito Santo, Renato Casagrande; do Pará, Hélder Barbalho; de Minas Gerais, Romeu Zema; e do Piauí, Wellington Dias.

Por Luis Ricardo Machado

Rede de Notícias Regional /Brasília

Crédito da foto: Pedro Gontijo/Senado Federal