Brasil Gás de cozinha, é o décimo quinto aumento nos últimos tempos
O salário do brasileiro será comprometido com o novo preço do botijão de gás de cozinha. O produto sofreu um novo reajuste, desta vez com um aumento de 5,9%.
O quilo do GLP passa a custar R$ 3.40. Em algumas localidades o preço do botijão de 13 quilos já estava custando R$ 103.40. O economista do Dieese, Max Leno de Almeida, diz que, aliado ao preço do alimento, o reajuste do gás de cozinha vai pesar muito no bolso do consumidor brasileiro.
“E isso sem dúvida alguma afetará o orçamento das famílias brasileiras, orçamento esse que já vem sendo comprometido com uma série de outros aumentos, não só esse ano, como também no ano passado. Tantos produtos de gênero alimentício, quanto produtos que são muito vinculados ao setor externo, como soja e arroz, que acabam tendo um peso representativo no orçamento dessas famílias, principalmente aquelas de renda mais baixa”. Max ressalta que esta elevação no preço do GLP tem relação com o valor do petróleo. “O gás, da mesma forma que o petróleo é altamente influenciado pelas variações do câmbio, oscila para baixo ou para cima. No frigir dos ovos, o que a gente vai perceber, na prática, é que teremos várias capitais com os preços do GLP acima de 100 reais que, sem dúvidas alguma, comprometerá bastante o orçamento das famílias brasileiras de uma forma geral”, explica.
Para o economista da Fundação Getúlio Vargas, Matheus Peçanha, o comprometimento da renda das famílias mais pobres é muito representativo com este aumento no preço do gás de cozinha. “O GLP corresponde de 4% a 5% do orçamento da família de baixa renda e é um gasto inelástico, não tem como substituir. Se fosse algum alimento específico, as pessoas até conseguiriam substituir no orçamento. Mas esse componente energético é insubstituível, a não ser que a pessoa tenha que voltar a cozinhar com lenha. Então é um comprometimento muito sério, no bem-estar das famílias”.
Matheus Peçanha destaca que a importação do gás de cozinha também contribui, em muito, para a elevação do preço. “O principal ponto é o preço do petróleo, que tem subido constantemente nesses últimos meses. E o câmbio, apesar de ter caído nos últimos meses, desde abril mais ou menos, é outro custo importante para as refinarias. Então, pode estar sendo um repasse cambial defasado nesse ponto. Outro ponto que expõe muito as refinarias a esse processo cambial é o aumento na exportação. Teve um aumento de demanda no GLP e fez aumentar a nossa cota de importação de GLP, sobretudo da Bolívia”.
O economista informa que, junto com o aumento no preço da conta de luz e do gás de cozinha, o orçamento familiar de muitos brasileiros fica comprometido em 9%. Este é o décimo quinto reajuste no valor do GLP.
