Concórdia Para tentar reduzir prejuízo, produtores de suínos apostam em redução na oferta
Concordia - Pressionados pela alta dos custos, acentuada no último mês como consequência da guerra na Ucrânia, produtores de suínos e ovos passaram a reduzir suas ofertas em uma tentativa de elevar os preços de venda e diminuir os prejuízos que foram acumulados nos últimos dois anos.
Desde o início da pandemia, a cotação do milho, uma das principais matérias-primas da atividade, avançou 71%.
Em contrapartida a carne de porco, o valor médio pelo quilo pago ao produtor em cinco estados subiu apenas 18%.
Segundo a analista Juliana Ferraz, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a suinocultura vive uma das piores crises da história, com produtores tendo prejuízos há mais de um ano.
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelo setor está o preço da ração. Do total do custo de produção, 70% é com milho e farelo de soja.
Antes da pandemia, o suinocultor Catarinense pagava R$ 45 na saca de milho e R$ 1,20 no quilo do farelo de soja, também usado na alimentação animal.
Em março, chegou a pagar R$ 105 e R$ 3,10, respectivamente. Sem conseguir repassar essa alta, diminuiu o número de matrizes de 600 para 400.
Segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivanio de Lorenzi, o prejuízo dos produtores da região hoje é de R$ 1,10 por quilo de carne e deve se manter por mais um ano, período em que os custos estarão pressionados e ainda haverá excedente de carne suína no mundo.
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