Após quatro meses de altas contínuas, em dezembro de 2021 o Índice de Preços dos Alimentos da FAO (FFPI, na sigla em inglês) sofreu breve retração – queda de 1,2 pontos, apenas 0,92% a menos que em novembro – retrocedendo à marca dos 133,7 pontos. Mas como, no quadrimestre agosto/novembro, o FFPI registrou valorização superior a 8%, o Índice permaneceu com o maior valor dos últimos 10 anos (coincidentemente, os mesmos 133,7 pontos de dezembro último foram registrados no primeiro mês da década passada, janeiro de 2011).
Entre os cinco alimentos acompanhados pela FAO, apenas os laticínios obtiveram aumento de preço em dezembro: +1,83%. Ou seja: caiu o preço das gorduras vegetais (-3,29%), do açúcar (-3,12%) e dos cereais (-0,64%, queda influenciada pelo trigo, pois as cotações do milho permaneceram firmes, “sustentadas pela forte demanda e preocupações com a persistência da seca no Brasil”.
As carnes, enfim, também enfrentaram ligeira redução, mas foi uma queda marginal, de apenas 0,07%, resultado que se traduz por estabilidade de preço. O que, mesmo assim, corresponde a uma redução acumulada de quase 2,5% em relação aos valores atingidos no mês de julho, ocasião em que foram alcançados os melhores preços de 2021 (notar, neste caso, que enquanto as carnes viram seu preço recuar, os cereais, no mesmo período, obtiveram valorização superior a 11%).
A maior valorização dos cereais se repete no tocante aos preços médios de 2021: aumentaram 27% em relação a 2020, enquanto o aumento das carnes não chegou a 13%. Mas quem, no ano, obteve a maior valorização – 27,19% – foram os óleos vegetais.