Brasil Especialista comenta previsão de inflação para este ano anunciada pelo presidente do Banco Central
Ouça Reportagem: Henrique Carmo
O Banco Central do Brasil estima que a inflação do país vai cair a partir deste mês de outubro.
A informação é do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A inflação oficial de setembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), será divulgada na próxima sexta-feira (08). Porém, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação no país, registrou um índice de 10,05% no mês passado. A previsão do Banco Central é encerrar o ano com inflação de aproximadamente 8.5%. Este valor ainda é bem acima da meta inflacionária anunciada pelo governo de pelo menos 5,25% para 2021.
De acordo com o Banco Central, a alta no preço dos combustíveis, da energia e de serviços justifica a inflação no país. Durante entrevista transmitida pela internet, Roberto Campos explicou a previsão da instituição para a inflação. “O que a gente vê é uma inflação de bens mais persistente do que a gente imaginava no mundo e mais persistente no Brasil. A gente começa a ver uma inflação de serviço no Brasil um pouquinho mais alta, mas quando a gente olha uma média de 12 meses, ela é bastante baixa, inclusive se olhar a inflação se serviço no Brasil e comparar com outros países, ela ainda está baixa, mas a gente ainda tem esse tema de energia e de administrados que ainda está muito alto, que contaminou bastante a inflação desse ano. A gente entende que quando olha 12 meses o pico será setembro, depois começa com uma queda a partir de 12 meses, e quando a gente discute os modelos internamente, nós entendemos que a nossa política atual é capaz de atingir a inflação, de nos levar para a meta em um horizonte relevante”, explica.
Porém, para o economista Newton Marques, a meta estipulada pelo Banco Central não será fácil de cumprir. “Se considerarmos que a inflação está tão elevada e que ainda não existem mais motivos para pressionar ainda mais a inflação, a não ser o caso do reajuste dos derivados de petróleo, é possível que realmente a inflação, mensalmente, possa mostrar valores inferiores a que vinha apresentando, e recuar até mesmo 12 meses, mas será um recuo muito inferior ao que se gostaria e é o que o Banco Central está esperando para atingir a meta de inflação desse ano”, analisa. O órgão também anunciou que poderá aumentar a taxa básica de juros no fim de outubro para 7,25% anual. Esta seria uma das medidas para conter a inflação no país.
Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil