Brasil Mercado financeiro prevê aumento da inflação para 7,11% em 2021
A estimativa da inflação oficial do país pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano subiu de 7,05% para 7,11%.
A previsão do mercado está no relatório Focus do Banco Central divulgado nessa segunda-feira (23). Estes dados foram levantados na semana passada por mais de 100 instituições financeiras. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e para obter estes dados, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia. O economista, com especialidade em inflação, Felipe Ohana, atribui a elevação da inflação aos constantes aumentos no preço da conta de luz, devido à falta de chuvas onde estão os reservatórios das maiores usinas hidrelétricas do país. “Nós estamos com o caso clássico de desconfiança por conta da pressão inflacionária.
A pressão inflacionária sugere que o Banco Central deve aumentar a taxa Selic, como está prevista de fato, podendo chegar até 8% ao ano. E isso significa que você reduz os capitais de giro. Quando você aumenta a taxa de juros no Brasil ou em qualquer outro lugar, você reduz a potência do capital de giro. Então, quando a taxa de juros sobe, você empobrece o empresário que tem o capital para fazer giro. É por isso que a recessão entra em efeito. É por isto que o PIB cai, quando a taxa de juros sobe”, explica.
Para Felipe Ohana, a queda da inflação deve demorar uns meses, mas mesmo assim o mercado prevê um possível aumento na inflação no ano de 2022. “A taxa de inflação deve começar a sofrer pressão para baixo a partir da política monetária ascendente com 9 meses, 10 meses, o que vai dar, na verdade, no ano que vem. Por isso que a inflação no ano que vem está prevista em três e noventa, em torno disso. Mas ainda assim há uma perspectiva de aumento no ano que vem sendo prevista”. O mercado financeiro mantém em 7,50% ao ano a previsão para a taxa Selic de 2021. No atual cenário, o Banco Central aumenta a taxa Selic encarecendo o custo do crédito, assim esfria a economia e controla o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo durante o acumulado do ano.
